Ipês uma variedade de cores

Por Lais Basso

São Paulo revela-se ainda mais encantadora quando, ao final do inverno e no início da primavera, suas ruas e parques se transformam em paletas vibrantes, graças à floração dos ipês. Essas árvores símbolo da flora brasileira e reverenciadas desde tempos remotos emergem de sua dormência com torrentes de flores coloridas que tomam conta das paisagens urbanas, criando cenários memoráveis e emotivos. A explosão de cores é tão significativa que, mesmo em meio ao grisalho do concreto, é impossível ignorar sua presença.

Neste post, vou mostrar quais são as cores mais vistas dos ipês, contando com base na botânica e nas observações urbanas. Após a introdução, a linguagem será em primeira pessoa, direta e descomplicada porque sei que você, leitora ou leitor do “Papo de Arquiteta”, quer dicas claras e verdadeiras sem rodeios.

As cores mais vistas dos ipês — explicação sem rodeios

1. Ipê-Amarelo

É, sem dúvida, o mais comum e emblemático. Suas flores amarelo-ouro colorem ruas, praças e parques com intensidade e alegria. No Brasil, o ipê-amarelo chegou a ser decretado como a flor nacional por decreto de 1961.
A floração geralmente acontece entre julho e setembro, mas em anos de calor ou seca, pode começar já em agosto ou até antes. É uma presença constante e marcante na paisagem urbana.

Ipês uma variedade de cores — Foto de DL314 Lin na Unsplash

2. Ipê-Roxo

Costuma ser o primeiro a florescer entre abril e junho, podendo se estender até julho.
As flores variam do roxo profundo ao lilás suave, criando um visual nobre e impactante. É frequentemente o primeiro a anunciar sua temporada, preparando o terreno para a explosão das outras cores.

3. Ipê-Rosa

Embora menos comum que o amarelo e o roxo, é encantador e muito presente em regiões como o Sul do Brasil. Suas flores variam do rosa claro ao magenta, conferindo um toque romântico e suave às paisagens urbanas.
Floresce geralmente entre setembro e outubro, completando o espetáculo da primavera.

4. Ipê-Branco

Entre os mais raros e menos vistos, o branco destaca-se pela delicadeza e efeito quase etéreo — flores brancas contrastando com o céu ou com o chão coberto de pétalas. É associado à pureza e tranquilidade.
Floresce entre agosto e setembro, mas sua floração é curiosamente curta pode durar apenas de 1 a 5 dias.

5. Ipê-Verde

É uma raridade ainda maior. Com flores de tom verde-amarelado, não se destaca tanto como as outras cores no paisagismo mas tem seu valor pela singularidade. Não é tão utilizado em cenários urbanos, mas guarda seu charme discreto.

A sequência típica de floração

Ipê-Roxo: abre a temporada, entre abril e junho/julho.
Ipê-Amarelo: surge logo depois, entre agosto e outubro. Em climas mais quentes ou secos, antecipa-se.
Ipê-Branco: ocorre entre agosto e setembro, mas floresce por poucos dias.
Ipê-Rosa: fecha o ciclo entre setembro e outubro.

Essa sequência varia conforme região, clima e estação, mas dá uma boa ideia da progressão visual que acontece nos nossos centros urbanos.

Onde e por que essas cores aparecem tanto?

Brasília é um ótimo exemplo: as cores típica dos ipês rosa, amarelo e roxo pintam os eixos, parques e praças, atraindo turistas e moradores.
Guarapuava, Palmas e Marabá também viram suas paisagens transformadas em jardins a céu aberto pelas floradas múltiplas.
Em Campo Grande, o ipê-rosa floresce em junho/julho, seguido pelo amarelo em julho/agosto, com o branco chegando depois.
Em geral, as cores mais vistas nas ruas são o amarelo, o rosa e o branco por isso são as mais lembradas pelas pessoas.

Quem anda pelas ruas postando fotos não esconde a admiração. No mundo online:

“Aqui essa época é uma explosão de roxos, amarelos e brancos. Os dois primeiros vc pode admirar por alguns dias, já os brancos florescem de manhã e de tarde já começou a cair as flores” Reddit.

Isso mostra como o fenômeno impacta visualmente e emocionalmente nossas rotinas urbanas.

Conclusão (em primeira pessoa)

Pra mim, arquiteta e blogueira, não dá pra negar: a beleza dos ipês é um presente que a natureza traz e não tem decoração, fachada ou projeto que supere esse show espontâneo que surge nas ruas. A cor que mais chama atenção é o amarelo, que reina com intensidade e presença. Mas o roxo costuma ser o primeiro a anunciar que a estação vai virar, seguido pelo hipnotizante rosa e os raros mas emocionantes brancos, que aparecem como um sopro breve de delicadeza. O verde, por sua vez, é quase um segredo que poucos perceberam e isso o torna ainda mais intrigante.