A cidade de Milwaukee, localizada no estado de Wisconsin, já é conhecida por abrigar o maior arranha-céu de madeira do mundo. No entanto, esse cenário pode mudar em breve, com a proposta de um projeto ainda mais grandioso. O estúdio Michael Green Architects (MGA), sediado em Vancouver, Canadá, divulgou recentemente planos para uma nova torre de 55 andares, feita predominantemente de madeira maciça. Caso construída, essa torre não apenas superará a atual torre Ascent, mas também se tornará o edifício mais alto do estado de Wisconsin e o novo maior arranha-céu de madeira do planeta.
EUA terá maior arranha-céu de madeira do mundo
A MGA, amplamente reconhecida por sua expertise em arquitetura de madeira, pretende estabelecer um “novo marco global para construções em madeira maciça” com este projeto. Essa iniciativa faz parte de uma revitalização maior do Marcus Performing Arts Center, um espaço cultural inaugurado em 1969 e que já recebeu o Prêmio de Honra por Excelência em Design Arquitetônico. Agora, o projeto liderado pela Neutral, uma empresa de desenvolvimento regenerativo, vai transformar o antigo estacionamento do centro de artes em um ambiente vibrante, com unidades residenciais, escritórios, restaurantes, cafés, supermercados e praças públicas.
Estima-se que a construção desse novo empreendimento custará cerca de US$ 700 milhões, o que equivale a aproximadamente R$ 3,9 bilhões. Atualmente, o projeto está passando pelos trâmites de aprovação junto às autoridades da cidade, e é provável que ele sofra ajustes durante esse processo.
Por que usar madeira?
Apesar do aumento no uso de madeira maciça em construções ao redor do mundo, impulsionado por mudanças nas regulamentações e na percepção em relação ao material, ainda é raro encontrar edifícios tão altos feitos com esse recurso.
O objetivo da corrida pela altura, segundo Michael Green, fundador da MGA, é demonstrar o potencial da madeira em grandes construções. “Não se trata de ostentação, mas sim de mostrar ao público o que é possível realizar com esse material”, explica ele. A razão pela qual os arranha-céus de madeira ainda não se tornaram mais comuns, segundo Green, está relacionada à falta de urgência em discutir as mudanças climáticas no contexto da construção civil. Durante décadas, o aço e o concreto dominaram esse cenário, e como não havia pressão para encontrar alternativas, o setor não sentiu a necessidade de desafiá-los.
Contudo, com a crescente conscientização sobre o impacto ambiental desses materiais, surgiu a demanda por alternativas mais sustentáveis. O setor de construção, por exemplo, é responsável por 37% das emissões globais de carbono, grande parte delas resultante da produção e uso de concreto e aço. Já as árvores, por sua vez, atuam no sentido oposto, absorvendo carbono ao longo de sua vida. Quando essas árvores são convertidas em madeira maciça e usadas na construção de edifícios, o carbono fica “preso”, ou seja, sequestrado, enquanto a estrutura permanecer de pé.
A madeira como solução sustentável
A construção com madeira maciça tem se mostrado uma das opções mais promissoras para reduzir as emissões de carbono no setor de construção. Michael Green defende essa ideia com base em evidências ambientais: “Ao construir com madeira, estamos, na verdade, criando sumidouros de carbono”, afirma. O carbono que foi absorvido pelas árvores ao longo de seu ciclo de vida é mantido preso no material, o que contribui diretamente para a redução de emissões em comparação com a produção de concreto e aço.
Entretanto, Green reconhece que garantir a quantidade suficiente de madeira sustentável para abastecer grandes construções urbanas é um dos principais desafios. Alguns estudos já alertam que o aumento da demanda por madeira maciça pode pressionar ainda mais o uso de terras e impactar o equilíbrio das florestas. Para evitar esses problemas, é essencial que a madeira seja proveniente de florestas geridas de forma responsável, algo que a MGA já pratica na América do Norte.
Desafios e avanços na construção com madeira
Embora a construção com madeira maciça ofereça inúmeras vantagens ambientais, ainda existem obstáculos a serem superados. Entre os principais desafios estão a disponibilidade de madeira sustentável em larga escala, o custo e as regulamentações rígidas dos códigos de construção. No entanto, nos últimos anos, o cenário tem mudado. Hoje, a madeira maciça já pode competir com o concreto e o aço em termos de custo em várias regiões, graças à maior oferta de fabricantes e à evolução do mercado, que se tornou mais competitivo.
Outro fator crucial foi a atualização dos códigos de construção. Em alguns países europeus, a construção em madeira passou a ser exigida como parte das metas climáticas nacionais. Nos Estados Unidos, o Código Internacional de Construção foi atualizado em 2021, permitindo a construção de edifícios de madeira maciça com mais de seis andares, algo que anteriormente não era permitido.
Milwaukee, por exemplo, tem se destacado como uma cidade progressista nesse sentido. Green menciona que a cidade tem incentivado o desenvolvimento urbano no centro e está disposta a experimentar novos materiais e métodos construtivos. A proposta da nova torre de Milwaukee ainda prevê o uso de fundações de concreto e componentes de aço nos núcleos dos elevadores, mas 90% dos materiais de construção seriam de madeira.
O impacto da torre de Milwaukee no futuro da arquitetura
Se aprovada, a torre de madeira em Milwaukee não será apenas um marco arquitetônico, mas também um símbolo do futuro da construção sustentável. Ao adotar soluções inovadoras e reduzir o impacto ambiental das construções, Milwaukee se posiciona como uma cidade que está à frente em questões climáticas e urbanísticas.
Michael Green acredita que cidades de médio porte, como Milwaukee, têm o potencial de liderar a revolução da construção sustentável. Ele argumenta que, por meio de inovações como essas, é possível não só reduzir a pegada de carbono da construção civil, mas também abrir a mente das pessoas para as possibilidades que a madeira oferece como material de construção.
A torre de Milwaukee, além de redefinir o horizonte da cidade, pode se tornar um símbolo de como a arquitetura pode evoluir para enfrentar os desafios das mudanças climáticas. Ao construir com madeira, estamos não apenas criando edifícios mais sustentáveis, mas também apontando para um futuro em que a construção civil pode ser mais consciente e alinhada com a preservação ambiental
Conclusão maior arranha-céu de madeira do mundo
Ao refletir sobre esse projeto inovador, é impressionante ver como a arquitetura está se transformando para se alinhar com as demandas ambientais e sociais do nosso tempo. A madeira, um material que sempre esteve presente na construção, agora surge como protagonista em arranha-céus, mostrando que o futuro das cidades pode ser mais verde e sustentável.
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